Cine Teatro Colombo

 

Em 1936, uma nova inauguração: o Cine Teatro Colombo completou o magnífico conjunto arquitetônico.

O Almofadinha, pequeno jornal rio-pardense, que se denominava "órgão de críticas", fez uma completa reportagem, da qual extraio alguns tópicos:

"Festa Cívica Italiana – bênção do Teatro Colombo e sua inauguração oficial com a presença de altas autoridades consulares do Estado. – Soberbo banquete. – Outras notas".

 

"(...) Nesse dia hospedaram-se os dignatários do reinado

italiano, os senhores Com. Castruccio, consul geral neste Estado, acompanhado dos senhores Com. Emilio Santi, comissário do Fasci no Brasil; Dr. Graziani, vice-cônsul; Cav. Puccini, comissário da imigração Real; vice-cônsul de Campinas, Dr. Germano Castellani e mais o Cav. Paschoal Purchio, chefe da firma Nicolau Purchio, de Campinas.

Às 14 e 30 horas, a estação local se achava repleta de grande massa popular, representantes de todas as classes (...) e a banda União Riopardense (...). Saudou os assistentes o Cel. José Soares, DD. Prefeito Municipal, formando em seguida um brilhante cortejo até ao Teatro Colombo, sob o balançar do pavilhão Nacional, bandeira Italiana e vários estandartes.

Às 15 horas deu-se a bênção do edifício pelo Monsenhor Guilherme Arnold. A seguir fizeram uso da palavra o pároco, o Sr. Dr. Castellani e Com. Castruccio.

Foram bentos os anéis de ferro e trocados por anéis de ouro e objetos de adorno pró defesa do brio e da honra do nobre povo italiano, em face da famigerada sanção patrocinada pela Inglaterra, neste momento doloroso em que a briosa raça peninsular transpõe as árduas fronteiras da África em demanda dos seus direitos conspurcados no conceito das nações civilizadas.

Às 19 horas e meia, realizou-se no grande Hotel Brasil, um formidável banquete de mais de 70 talheres". (Abro este parênteses para transcrever o cardápio: ‘Minuta / Creme di asparagi / Risotto alla milanese / Agnelo alla cacciatore / Pollo alla giardiniera / Tacchino alla Bacci / Insalata di frutta / Vini / Spumanti / Licuori / S. José do Rio Pardo – 7 Settembre 1929.’).

"Ao champanhe falaram Dr. Adolfo Bacci, Dr. João Ribeiro Nogueira, Dr. Galotti, Américo Mendes, José Honório de Sylos, Dr. Cardoso, Dr. João Gabriel Ribeiro, Valêncio Bulcão, Horácio Pedrosa. O Com. Castruccio agradeceu aos oradores, autoridades e povo em geral, augurando que mais e mais se estreite esse laço de amizade entre as duas irmãs, Itália e Brasil.

"(,,,) Todos seguiram para o Teatro Colombo, onde assistiram a peça em cinco atos Addio Giovinezza, pela Companhia Dopolavoro de Campinas.

"No dia 26 pela manhã, os ilustres hóspedes visitaram a cabana e a ponte de Euclides da Cunha e diversas repartições públicas.

"(...) E estamos certos que todos os esforços do ilustre clínico Dr. Adolfo Bacci, esforçado orientador do Fascio local e de seus denodados camaradas, foram bem coroados de êxito, nada deixando a desejar. (...)".

A sede da Casa D’ Ítalia, depois de abrigar a Coletoria Federal e a Radio Difusora ZYD-6 durante o confisco, em 17 de dezembro de 1962, teve nova denominação: "Centro Cultural Ítalo-Brasileiro". Ficou inativa de 1964 a 1969. Voltou à atividade em 1975, com 54 sócios.

 

O Cine Teatro Colombo, Hoje (1999)

Em 1982, com a saída da Difusora, o prédio passou por grande e cuidadosa reforma, retomando suas características originais, sendo um dos orgulhos dos rio-pardenses. Hoje, o "Centro" promove sessões artísticas a seus associados, jantares nas datas festivas, cursos de Italiano, Inglês, Espanhol e Francês, orienta interessados na obtenção da cidadania italiana e, veladamente, pratica a filantropia.

 


A Rádio Difusora ocupou o prédio da sociedade, como locatária, até 1982.


O auditório da Rádio Difusora ZYD-6

 


A sede do Centro Cultural Ítalo-Brasileiro, hoje (1999).

 

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