Fasci Italiani del’ Estero,
na Itália, Histórico do Facismo na Itália e chegada no Brasil No início da Primeira Guerra (1914-1918), a Itália, embora pertencendo à Tríplice Aliança (Alemanha, Austria-Hungria e Itália), omitiu-se, alegando que seu compromisso na participação do conflito só se daria se a Áustria e Alemanha fossem agredidas. Entrou na Guerra em 1915, a favor dos aliados (Inglaterra, França, Rússia), pensando na partilha das colônias alemãs na África, segundo promessas inglesas. Aos 11 de novembro de 1918, os representantes do Governo Provisório alemão assinaram o armistício que marcou o fim da guerra.. No final de 1918, os princípios liberais e democráticos pareciam vitoriosos e consolidados: desapareceram impérios e o regime republicano triunfou. Não durou muito. A crise que se alastrou pela Europa do entre-guerras provocou intranqüilidade e conflitos sociais, fortalecendo idéias revolucionárias que explodiam. Socialistas culpavam o sistema capitalista pela crise e pelo agravamento de problemas sociais, pregando a revolução, que democratizaria os meios de produção. Os governos europeus, principalmente os da Itália e Alemanha, mostravam-se incapazes de controlar as crises econômicas, que poderiam levar a uma revolução bolchevista e ao avanço da poderosa força da classe trabalhadora. Na Itália, a crise se manifestava na inflação, na alta de preços, no desemprego pelo fechamento das indústrias, na desvalorização da lira em mais de 75% e nas greves promovidas pela Confederação Geral do Trabalho (C.G.T.), com ocupações de fábricas no Norte. As classes dirigente e média sentiam-se ameaçadas. Os capitalistas pediam a implantação da ideologia fascista, com um regime autoritário, o corporativismo, um nacionalismo agressivo procurando novos mercados, a corrida imperialista. Pediam uma autoridade centralizadora que protegesse seus interesses e impedisse o avanço socialista. As indústrias, bancos, financeiras... propuseram sustentar grupos de extrema direita. Todas essas forças levavam os países à ditadura.
Na Itália, alguns políticos, no final de 1917, constituíram um grupo de união nacional, ou "fascio", unidos pelo sentimento nacionalista e pelo combate ao socialismo. Esse movimento não vingou, mas a idéia fascista foi encampada por Benito Mussolini (foto).
Fascismo vem da palavra italiana fascio, traduzida por feixe; feixes de varas carregadas pelos lictores, oficiais romanos que, ocasionalmente, guardavam neles seus machados. Esses lictores marchavam à frente dos principais magistrados da antiga Roma, cônsules e pretores, tendo a função de afastar, talvez com as varas, a multidão.
O
"Fascio":
Benito Mussolini viu nesse feixe o emblema do fascismo, símbolo da unidade, da força, da justiça. Segundo o Novo Dicionário Aurélio, Fascismo é um "Sistema político nacionalista, imperialista, antiliberal e antidemocrático, liderado por Benito Mussolini (1883-1945) na Itália, e que tinha por emblema o feixe (em it., fascio) de varas dos antigos lictores romanos." Em 1920, grupos armados, conservadores e insatisfeitos, liderados por Mussolini, partiram para a contra-ofensiva, praticando "investidas punitivas" contra os socialistas. Usando "Camicie neri" (camisas negras), simbolizando o luto da Itália e subvencionados por setores conservadores, os fascistas obedeciam cegamente a Mussolini, o Duce (Comandante), que almejava o poder. Em 1922, depois de uma marcha fascista sobre Roma, liderada pelo "Duce", o rei Vittorio Emanuele III o convocou para chefiar o governo. A Itália, em crise, foi o primeiro país a conhecer o regime fascista (1922 a 1945). O "Duce" governava através de decretos e era assessorado pelo "Grande Conselho Fascista". "A política econômica, desde 1925, objetivava soerguer o nível de vida da população da ‘Grande Itália’, beneficiando famílias numerosas". A "Carta do Trabalho" foi promulgada em 1927. Estabeleceu-se o regime de partido único, liderado por Mussolini, em 1929, e empregados e trabalhadores foram organizados em corporações, em 1934. As greves foram proibidas e obras públicas foram implementadas para combate ao desemprego. A Itália fascista conquistou a Abissínia (hoje, Etiópia), em 1935-36 e, em 1936, aliou-se à Alemanha e ao Japão, também enviando tropas para a Espanha do fascista Francisco Franco... No Brasil, o fascismo se instalou na comunidade de imigrantes italianos. Em São Paulo, em 2 de fevereiro de 1923, o italiano Emilio Rochette criou o Partido Fascista, que se expandiu. No mesmo momento, surgiram movimentos antifascistas, unindo democratas, republicanos, socialistas e sem partidos, sob a liderança de outro italiano, Antonio Piccarolo. O fascismo no Brasil se fortaleceu com a criação da Aliança Integralista Brasileira, com a Revolução de 30 e a ascensão ao poder de Getúlio, com tendências fascistas. Também, muito próxima do fascismo ficou a Constituição e a ideologia do Estado Novo, a partir de 1937.
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