As primeiras irmãs de caridade
italianas em São José

Antes da inauguração da Santa Casa de Misericórdia, o jornal O Rio Pardo, de maio de 1913, divulgava que o bispo. D. Alberto José Gonçalves, de Ribeirão Preto, providenciara a vinda das irmàs de caridade para dirigir a Santa Casa. Eram freiras brasileiras "Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus".

Na solene inauguração do Hospital de Misericórdia (hoje, Educandário São José), em 10 de junho de 1913, D. Alberto comprometeu-se a enviar as irmãs, que chegaram logo depois.

As "Apóstolas", em São José, ficaram até 16 de junho de 1919, quando foram recolhidas pelo mesmo bispo, durante o rumoroso "Caso Paroquial", iniciado com a remoção, em junho, do amado e polêmico Padre Euclides Carneiro. Este incidente entre o bispo e a "Comissão Popular", que solicitava a permanência do pároco em São José, foi parar até nas páginas do jornal O Estado de São Paulo: "(...) chorando, as irmãs cumpriram as ordens superiores, deixando cerca de 40 doentes sem sua assistência".

Durante três meses, São José do Rio Pardo ficou sem freiras, sem padre e com a igreja fechada.

Sei que as irmãs "Apóstolas" voltaram e devem ter ficado em São José até 1927.

Em 1928, Dr. Luiz Gonçalves Júnior, provedor da Santa Casa (o novo Hospital São Vicente já estava quase terminado), pediu socorro às autoridades eclesiásticas e seu clamor chegou à Itália. Em Roma, na Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Monte Calvário, sete religiosas ofereceram-se para o trabalho em São José do Rio Pardo, no Estado de São Paulo, Brasil: Maria Eugenia Mengani (superiora), Maria Liberata Isidori, Maria Clementina Fadda, Maria Vincenza Mango, Maria Eufrozina Luzzi e Maria Mercede Bernardi. Embarcaram em Nápoles, acompanhadas da Madre Maria Lutgarda Valle. São José foi a primeira cidade brasileira a "sentir a presença benfazeja das Filhas do Monte Calvário".

Dia 1º de fevereiro de 1928, o Sr. Gabriel Braghetta, representando o pároco e a população rio-pardense, recebeu as sete freiras no porto de Santos. Dia 2, à tarde, o pároco, Monsenhor Guilherme Arnold, autoridades e irmandades religiosas estavam na estação da Mojiana para dar as boas vindas e receber, carinhosamente, as primeiras freiras italianas que chegavam ao Brasil. Todos as acompanharam até à Santa Casa...

Há anos, o Centro Cultural Ítalo-Brasileiro recebeu da Delegacia de Polícia centenas de fichas de estrangeiros emitidas durante a 2ª Grande Guerra. Vinte e três eram de freiras italianas que trabalhavam no Hospital ou no Orfanato, com seus nomes originais: Carmela di Trini, chegada em 1931; em 1934 chegaram: Nicoletta de Palo, Maria Grazia Pilato, Cozenza Arcangelina. Em 1935, desembarcaram: Cecilia Lupi, Vittoria Pescosolido, Giulia Cristofari, Maria Rita Farris, Virginia de Gasparis, Ana Iurilli, Chiara Antonietta Possonato, Anna Marteli, Lucia Molinari, Italia Maria Rizzo, Rosa Zucalli. Em 1937: Maria Rossi, Giovanina Burbo. Em 1939 chegaram Alite Nunzia, Atzera Agnesi, Cesira Facaro e em 1946, Maria Mazzoni, Pasqua Zanetti e Caterina Baggio.

Há 71 anos (1928-1999), as irmãs da Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Monte Calvário prestam um serviço relevante a São José do Rio Pardo.

 


As sete primeiras irmãs italianas em São José: 1) Reverenda Madre Maria Lutgarda Valle, 2) Maria Eugenia Mengani (superiora), 3) Maria Liberata Isidori, 4) Maria Clementina Fadda, 5) Maria Vincenza Mango, 6) Maria Eufrozina Luzzi, 7) Mercede Bernardi.

 

 

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