O Tempo Curvou-se

 

Recebi e publico com prazer um belo texto de Luís Antônio Menechino, que rememora com emoção o encontro de colegas e professores do “Euclides da Cunha”, de 35 anos passados, ocorrido na  AABB, a 15 de novembro.

 


Encontro de colegas e professores do “Euclides da Cunha”
- Foto: Moacyr Junqueira Neto -

 

O tempo curvou-se.

Crianças que se conheceram há anos,

Hoje adultos, encontram-se novamente.

O século XXI volta às décadas de 60 e 70 do século passado.

Fios que unem as pessoas, de repente, formam emaranhados

Que se interagem, se fortalecem e se iluminam;

E chegam a brilhar tanto quanto o sol que aquece aquela tarde.

Sorrisos se abrem e lágrimas escorrem.

Aperto na garganta e no peito.

“Éramos nós estreitos nós”.

Por horas a fio conversamos e colocamos

Nossas vidas em dia uns com os outros.

O tempo rendeu-se à força

De uma geração privilegiada,

Não por bens materiais,

Mas por dotes e talentos pessoais.

Estávamos ali radiantes e calmos,

Como se na segunda-feira seguinte

Colocássemos nossos uniformes e,

De material escolar ao braço, fôssemos às aulas.

Escurece.

Todos saímos dali renovados.

Nas manhãs seguintes não veríamos os

Mestres que nos ajudaram na nossa adolescência.

Não sentaríamos nos bancos das escolas.

Voltamos às nossas rotinas do futuro.

Mas a mágica aconteceu:

O tempo curvou-se.

 

Luís Antônio Menechino

 

29/11/2008
(emelauria@uol.com.br)

 

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