Reuniões de amigos, 75 anos, etc. Estes dois últimos finais de semana foram bem dedicados a formas de louvação à amizade, a rememorações de momentos felizes idos e vividos. No sábado, 13, compareci à terceira reunião de uma turminha do “Euclides da Cunha”, na faixa etária de 53 a 55 anos. Gente unida, que procurou por diversos modos manter contatos, apesar de todos os percalços da vida de cada um.
O churrasco finamente servido rolou na chácara da Kátia Andrade e Wladimir Fagioli, com a presença de umas quarenta pessoas. De professores, meu compadre Oswaldo Della Torre Grassi e eu. Fomos alvo de tantas gentilezas, algumas daquelas destinadas a pessoas de idade avançada. Que fazer? Conversamos, rimos, ouvimos histórias engraçadas de vivas reminiscências. Deu ainda para notar como, felizmente, o tempo passa para todos nós, ainda que mais generosamente para alguns, ou melhor dizendo, para algumas. Além da Kátia, pelo que eu soube, fizeram tudo para juntar os amigos a Cida Piccolo e a Eliana Barsotini, que, não contentes com aquela reunião que se pretende anual, partiram ainda para promover encontros semanais em diferentes locais da cidade. Já começaram, e eu fui imerecidamente convidado, porque, afinal, não passei de testemunha, e não personagem, daquela fase marcante da vida deles, nos anos setenta. No sábado seguinte, 20, lá fomos nós, umas dez pessoas, à reunião festiva da ARA – Associação Rio-Pardense de Amigos, num belo restaurante de hotel na Alameda Lorena, em São Paulo. A presença superou as melhores expectativas, passando de cento e vinte pessoas. Houve momentos de pura emoção, com reencontros depois de anos, décadas. Como sempre, foi possível perceber como a vida tratou desigualmente as pessoas, tanto no êxito pessoal quanto na felicidade familiar, no prestígio social. No entanto, naquelas agradáveis horas de espontânea confraternização, voltamos todos a remotas épocas, centradas as gerais recordações na vida em São José do Rio Pardo há sessenta, cinquenta, quarenta anos e no “Euclides da Cunha”, para os mais velhos ainda o Ginásio, para outros o Colégio, para alguns o Instituto, mas para todos nós uma boa escola pública que nos deu todas as condições de progresso nos estudos, de vitórias na profissão, de exemplos que nos ficaram para sempre. Carmen Sylvia, presidente da ARA, felicíssima com a beleza toda do encontro, com a voz de Sandra Bertero, com o fino jantar, com presenças tão díspares de profissionais da saúde, profissionais jurídicos, professores universitários, cientistas, artistas, ao lado de outros de atividades menos comentadas, mas nem por isso menos dignificantes. E o grande abraço que nos uniu a todos, em torno de uma qualificação de nascença ou por adoção: rio-pardenses. Revejo, depois de séculos, Jacinto Angerami. Com um pouco menos tempo, Paulo Boulos. Lá estão meus cunhados José e Nice Parisi, minha prima Sonia Bertero, meu compadre José Affonso, meu colega de vereança Marco Mendonça, meu contemporâneo na Universidade Federal Fluminense – José Carlos Conceição. Converso prazerosamente com Marleine Marcondes, com Ewaldo Amaral, com Nílson Bilha, com Carlinhos Fernandes, com meu filho xará. Melhor não prosseguir na enumeração , para não continuar cometendo injustiças por omissões. Flávio Eduardo, com a elegância e a síntese de sempre, disse ao microfone exatamente o que deveria ter dito. Flávio Eduardo, o mais dedicado dos rio-pardenses adotivos. Estes dois eventos, só possíveis com o cultivo da amizade e com o reconhecimento de se terem vivido dias de intensa felicidade nesta nossa cidade de São José do Rio Pardo, levam-me a inevitável conclusão: torna-se indispensável a congregação de esforços para a merecida comemoração dos setenta e cinco anos de inauguração do “Euclides da Cunha”, ocorrida a 18 de outubro de 1936, dia de ainda insuperada importância em nosso calendário educacional.
AGRADINHOS AOS LEITORES Ibope muito baixo o alcançado pelo artigo da semana passada, aquele todo gramatical, com casos complicados de crase, ortografia, regência, etc. Que fazer? De vez em quando é preciso atender ao que certo tipo de público não só deseja, mas gostaria que fosse permanente objetivo de meus artigos: falar de linguagem, de gramática, alertar para as batatadas orais e escritas que se cometem por aí. Hoje, em compensação, vou aproveitar algumas frases de efeito que me enviaram recentemente. - Errar é humano, mas quando a borracha se gasta mais do que o lápis, você está exagerando. (J. Jenkins) - É pelo andar da carroça que as abóboras se ajeitam. (Ditado popular) - É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida. (A. Lincoln) - Saúde é um estado provisório que passa despercebido. (Anônimo) - Certas mulheres não param de falar um minuto. Parece que foram vacinadas com agulha de vitrola. (Groucho Marx) - Aquilo que falam de mim não me diz respeito. (Mário Quintana) - Se você é capaz de sorrir quando tudo deu errado, é porque descobriu em quem pôr a culpa. (Anônimo) - Duas regras para se ter sucesso em tudo na vida: 1. Nunca revele a NINGUÉM tudo o que sabe.
2. - Mesmo depois do leite derramado, é importante pensar que a vida continua e que a vaca não morreu. (Eno Teodoro Wenke) - Cão que ladra morde, mas avisa. (Anônimo) - Tolo é aquele que naufragou seu navio duas vezes e continua culpando o mar (Públio Sírio) - Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra. (Malachy McCourt) - Abolir o trema é uma delinquência de linguistas grandiloquentes . (Anônimo) - O inferno das mulheres é a velhice. (La Rochefoucauld) - O Brasil corre o risco de ficar obsoleto antes de ficar pronto. (Claude Lévi-Strauss) - Em literatura, o melhor jeito de se tornar imortal é morrer. (Victor Hugo) - Juventude é aquele período em que um sujeito sabe tudo, menos ganhar a vida. (Carey William) - Jovens: envelheçam. (Conselho de Nélson Rodrigues) - De vez em quando precisamos sacudir a árvore das amizades, para caírem as podres. (Mário da Silva Brito) - O tempo chega sempre, mas às vezes não chega a tempo. (Camilo Castelo Branco)
27/11/2010
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