Agosto, de 13 a 16
NO MERCADO CULTURAL (13)
Para um público estudantil bastante interessado e com a presença de pessoas queridas como Marleine, Celinha, Maria Olívia e Guilherme ( todos do Ciclo de Estudos), de minha irmã Maria Thereza e das descendentes de Euclides (Marilu e Camila ), eu discorri sobre “Se não fossem coisas assim ou as coincidências que explicam o euclidianismo rio-pardense”, em que desenvolvi de maneira sucinta os tópicos abaixo:
1. O erro do geólogo e o zelo do engenheiro – Montmorency e Euclides 2. O homem solitário e o amigo ideal – Euclides e Escobar 3. A morte trágica do engenheiro e a absolvição do cadete - Óbvio 4. O passeio de 15 de agosto de 1912 – O início de tudo 5. O amigo herdeiro da mesa sem gavetas e seu irmão – Jovino e José Honório de Sylos 6. O irmão e o colega cuidadoso- José Honório e João Modesto 7. A morte do filho do engenheiro e a nova absolvição do cadete - Óbvio 8. O prefeito compreensivo – José Pereira Martins de Andrade, o Zeca Pereira 9. A reunião de poucos amigos e aderentes – O Grêmio Euclides da Cunha 10. O feliz destino da cabana – João Gabriel Ribeiro, o Dr. Zito, e a redoma 11. O professor irascível e o aluno de família brava – Pedro Saturnino e seus perigosos repentes 12. O outro professor que veio no acaso - Hersílio 13. O outro professor e a aluna muito bonita – Hersílio e Odette 14. O outro professor e o médico de vasta leitura – Hersílio e Galotti 15. O filho do amigo da mesa sem gavetas – Honório de Sylos 16. JBT versus ABL – Joel Bicalho Tostes e o drama do traslado ( Todos apresentam visões pessoais, fruto de revelações sem testemunhas, com pouca ou nenhuma comprovação documental) Ninguém de meus leitores entendeu nada? Ou adivinhou o andamento de alguns assuntos? O fato é que quem ouviu disse que gostou e me fez prometer que transformarei estas anotações meio cabalísticas num estudo mais aprofundado. Concordo que sim, mas sem prazo determinado para cumprimento.
UM EUCLIDIANO DE BOA CASTA (14)
Voluntariamente descompromissado de participar de atividades externas da Semana há já alguns anos, neste 2014 não pude deixar de atender a duas solicitações de Lúcia Vitto: dar a aula a que antes me referi e ser o apresentador do conferencista oficial. Quem seria ele? Sidnei Beneti, ministro do Superior Tribunal de Justiça (Brasília), natural de Ribeirão Preto e maratonista em 1961, representando o Instituto de Educação Otoniel Mota. Oportuna indicação de Nicola S. Costa, professor do Ciclo de Estudos. Só vim a conversar com o ministro Beneti pouco antes da própria conferência, mas desde logo fui formando um conceito muito favorável dele, seja pela sua formação cultural em escolas públicas dos bons tempos, seja pela sua modéstia, seja pela sua disponibilidade, seja ainda pela sua permanente admiração por Euclides. A cada manifestação sua, pude perceber-lhe a amplíssima gama de leituras de clássicos universais e o seu zelo no uso da língua portuguesa nos aspectos oral e escrito, hoje relegados a plano ínfimo por muita gente que deveria ser de comportamento exemplar. Coincidentemente, nós dois havíamos ouvido, dias antes, um integrante de alta corte de justiça do País cometer sério deslize no emprego, em entrevista, do verbo haver, no sentido de existir. Pessoas atentas do Brasil todo devem ter percebido, como nós, a inesperada e inaceitável incorreção de linguagem, partindo de quem partiu. Sidnei Beneti foi feliz na escolha do tema – “Euclides vive sempre: a comunicação renovada de um clássico”. Feliz também por não se ter prendido ao texto que trazia escrito e ter preferido expressar-se com a maior espontaneidade, com isso mantendo mais acesa a atenção do grande e seleto público que lotou o belo auditório do Centro Cultural Ítalo-Brasileiro. Comento com ele que eu observara no seu curriculum vitae a aproximação de uma data inadiável, a sua aposentadoria compulsória, a 28 desde mês de agosto. Um desperdício bem brasileiro, bastando lembrar que o juiz norte-americano que recentemente levou a presidente da Argentina às raias do desespero, está em plena atividade num tribunal de Nova York aos oitenta e cinco anos... Sidnei me disse que se instalará em São Paulo, fará sua inscrição na OAB e se dedicará à elaboração de pareceres jurídicos.
NADA COMO O TEMPO PARA PASSAR (15)
Comemoramos discretamente em família o aniversário de meu filho caçula, João Carlos. Lembrei com saudade aqueles produtivos tempos e me veio à memória o gesto de alguns maratonistas, tendo à frente Maria Teresa Ratti, que foram visitar Marina na maternidade e levaram de presente ao recém-nascido um cobertor, que teve vida útil bem longa. Felizmente para todos nós, Maria Teresa se casou com o Alvinho e se tornou figura relevante na vida musical da cidade.
OTONIEL FERNANDES NETO (16)
Só na manhã do domingo se pôde concretizar um encontro com o amigo Otoniel Fernandes Neto, inspirado pintor baiano, que em 2011 publicou o surpreendente Os sertões – impressões e pinturas, cujo texto de introdução tive o prazer de redigir. Agora ele me presenteia com outra coleção de belos quadros e de belas fotos, estas de autoria de João Teodoro: Viagem pitoresca pelo rio Paraíba do Sul, com o mesmo cuidado gráfico da primeira obra, ambas edições do autor, sob o patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura, do governo federal. Otoniel ama São José do Rio Pardo e suas paisagens. Nesta Semana, dedicou-se a pintar a ponte de Euclides, finalmente reformada.
23/08/2014 |