Uma festa memorável
Certamente que era de se esperar uma festa à altura
da efeméride:
O que não se podia imaginar era um fluir tão harmoniosamente natural das coisas. Por trás de tudo, a bela equipe da direção e dos professores do Euclides da Cunha, felicíssimos em todos os detalhes, desde o aspecto gráfico dos convites, passando pela funcionalidade e visibilidade da exposição documental por todo o corredor de entrada, prosseguindo na bela e justa homenagem ao Dr. João da Silva Rocha e culminando com o andamento da sessão solene.
Importante o entrosamento entre o pessoal da escola e o grupo de rio-pardenses de São Paulo, com Flávio Eduardo Leme de Godoy unindo as pontas de cada passo bem programado e melhor executado.
Maria Teresa Ratti de Oliveira, a maestrina - tecladista, um jovem flautista revelado por ela (Vinicius Rodrigues Silva), e o sempre modesto violonista Continho (nada menos do que o considerado médico pediatra José Conti da Silva Filho) deram a justa ilustração musical do evento. Muito bem cercados de familiares, de amigos, de companheiros de magistério (Cida Siqueira, Bagodi, Martinussi, Rodolpho), de vitoriosos ex-alunos, lá estávamos os dois homenageados da festa – Maria José Campos Frigo e eu. Sentida ausência a de Roque Cônsolo.
Maria José de Andrade Junqueira, muito precisa e concisa no seu relato histórico da criação do Ginásio e toda a ingente luta em que adversários políticos se deram as mãos e o povo participou com entusiasmo.
Marleine Paula Marcondes, daquela rarefeita galeria dos bem-sucedidos nos mais altos planos da cultura internacional, não poderia mesmo ter encontrado maneira mais singela e a um tempo tocante de ressaltar os méritos da educadora Maria José Campos Frigo. Quem pensar que Marleine fosse tirar de sua bolsa aquela relíquia de mais de meio século – o impecável pano de prato bordado por ela, no capricho, durante aulas de Trabalhos Manuais ou Economia Doméstica? Não houve quem ficasse indiferente ante a cena da mais delicada homenagem e do mais profundo sentido de humanidade. Zezé Campos, na lucidez e energia de seus confessados oitenta e nove anos, mostrou, na resposta, tanto a firmeza das palavras quanto a coerência dos conceitos.
Cidinha Granado tomou a si a afetuosa incumbência de me saudar, deixando que o coração reconhecido e generoso se expressasse por meio de belos versos. Guardarei sempre comigo as suas palavras. Não me apoiei em anotação alguma no meu agradecimento. Deixei que minha expressão brotasse espontânea e em sintonia com tudo o que se passava naquela hora de exceção e naquele respeitável lugar. Citei alguns nomes e gostaria de ter citado muitos mais. Lamentei, entre outras tantas, a involuntária omissão de duas colegas de turma da Escola Normal: a prima Nininha Rondinelli e Nicinha Navarro de Assis.
Presentes, homenagens, lembranças. Uma bela sessão encerrada com a voz ponderada da diretora Alexandra Helena Diógenes e com a surpreendente memória de Flávio Eduardo que declamou um longo poema de Cidinha Granado.
"Ao final, durante os cumprimentos, não vi ninguém que não deixasse refletir no semblante a rara e inconfundível satisfação por ter participado de um tempo de convívio amistoso e de renovadas esperanças."
22/10/2011
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