A voz do internauta

 

O texto que publiquei neste jornal há quinze dias, foi por mim enviado a amigos internautas, aos quais pedi opiniões sobre o assunto, que era “Falar sem nada dizer”. Recebi um bom número de respostas (mais de trinta), em sua grande maioria encontrando qualidades naquela crônica, além de defeitos, quase sempre relacionados com a extensão da matéria e com certa dificuldade de compreensão  por parte de pessoas afastadas de problemas  como futebol, imprensa esportiva e reforma ortográfica. Nem todos atribuíram um valor ao texto, mas considerando-se os que o fizeram, a média fica superior a 4,5, num máximo de 5,0.

 

Agradeço as mensagens recebidas até a manhã de quarta- feira, 16 de junho:

 

Ana Lúcia – Lençóis Paulista

Antônio Fábio Fornazaro – Londres, Inglaterra

Antônio Fernando Torres

Batistinha Folharini

Beth Torres

Celina Nabuco – São Paulo

Claudia Brandão – Jundiaí

Douglas Corrêa – Vespasiano, MG

Eliza Rosa de Aquino Frigo

Ester Lourenço

Fernando Darcie – Lençóis Paulista

Fernando Flamínio – Ithaca, NY, Estados Unidos

Gláucia e Marco – São Paulo

Heloisa Bandeira – Rio de Janeiro

João Bosco Fontão – Brasília, DF

José Luís Nóbrega

Liliane Matias – São Paulo

Lineu Del Ciampo – Joinville – SC

Maitê  e Antonio Dib

Maria Aparecida Granado

Maria da Costa Manso Vasconcellos – São Paulo

Mario Carvalho – Tapiratiba

Nelson Pesciotta – Lorena

Nice Parisi – São Paulo

Paulo Darcie – São Paulo

Paulo Paranhos – Caxambu, MG

Reinaldo Mazzaro

Renato Netto – São Paulo

Rita Mollo – Mococa

Ruy Barbosa

Sandra Possebon – Ribeirão Preto

Sonia Stocco – São Paulo

Valdir Ferreira

Vladimir Massaro

Wanderley de Souza

Willian Fagiolo – Ribeirão Preto

 

 

Selecionei alguns conceitos emitidos por esses internautas. Agora publico as frases que julguei mais interessantes, sem revelar a autoria de cada uma.

 

  • Praga da indústria ortográfica, que nos chateia mortalmente há tantas décadas.

  • Sua reprodução do discurso dos comentaristas esportivos, porém, reavivou um certo encantamento com o desvalorizadíssimo desses cavalheiros (e damas?). Posso não entender nada e eles podem não estar dizendo nadíssima, mas, ocasionalmente, que barulho “mais rico” eles são capazes de produzir.

  • Imprima essa última crônica e a esconda no meio de algum livro. Um dia acharei.

  • Sua capacidade criativa de começar pelo “assunto palpitante” do momento e de forma jocosa dar opinião sobre a convocação da Seleção já desperta interesse. Tudo isso, entremeado de muito práticas lições da nossa gramática tão simplesinha, faz do texto uma deliciosa crônica.

  • Como seu aluno ( e não um ex!), além de torcedor do Santos, estou me permitindo também atribuir uma  nota  à sua crônica: 10 – por ter dito tudo apesar de desejar falar sem nada dizer.

  • (...) texto que mescla assuntos tão atuais com tanta clareza. Por que tanta mudança na ortografia? Não tenho tempo para rever o que aprendi, que dirá agora reaprender. Comunicação... muita informação, pouca absorção!!!

  • De falar sem dizer nada: bela tática para se fazer uma crônica, um verso, um discurso político.

  • Pois saiba que aprendi muita coisa útil!

  • A crônica poderá ser para uma boa aula de português, levando-se em conta as mudanças e pelos exemplos de discursos vazios citados.

  • Achei que a crônica ficou sem um fechamento condizente com a abertura. Se o divagar foi seu propósito maior – o que é permitido e válido numa crônica – nada por mudar. Minha nota é 4 .

  • O pior é que o pessoal de esportes sabe que não vale nada, não tem notícias, realmente, mas o mundo dos esportes está tão em marcha lenta, que tem que dar. Tem que ter 16 páginas, porque tem anúncio. “Nadal chega na final” não vende jornal. Então vamos falando muito sem dizer nada. E tenho dito.

  • Coragem sua de pedir comentário ou nota sobre sua crônica. Não imagina o risco que corre com leitores como eu. Ressalvo apenas que não gosto da expressão “ao fim e ao cabo”, porque empregada demais por um advogado metido a discurseiro. Vou passar para ele os blocos citados na sua crônica, que certamente lhe serão muito úteis. Agora sim, ao fim e ao cabo, informo-lhe que a esta altura do campeonato não tenho mais disposição, saúde e idade para mudar o jeito de escrever. Acentos e hifens não me incomodarão, definitivamente. Se alguma palavra, cuja grafia mudou,  for por mim escrita na grafia moderna, tenha certeza de que é porque eu a escrevia erradamente, antes.

  • Sua crônica mostra como se pode ser erudito sem deixar de ser popular ou comum. Mas seu corinthianismo merece nota bem baixa. Já é tempo de mudar de camisa.

  • Você explorou bem a função metalinguística, passando boas noções de gramática, mesmo falando de futebol...

  • E vai um 5... sem puxa-saquismo (ops, com ou sem hífen?).

  • Parabéns pela simbiose entre o título e a crônica. A ortografia é bem parecida com o Dunga.

  • Contrariamente ao seu propósito de “falar sem nada dizer”, você conseguiu preencher, metalinguisticamente, o aparente vazio da crônica com informações precisas sobre alguns aspectos da reforma ortográfica.

  • Dizer que a vitória do Corinthians sobre o Santos é a vitória da modéstia, do espírito de paz, já é demais... Pé de cabra, que perdeu o hífen, para mim deixou de ser uma ferramenta, designando  tão somente um membro do caprino. Os lexicógrafos  de plantão ainda estão perdidos!

  • Leitores mais preguiçosos acho que ficarão  pelo caminho, pois o texto é deveras (...) muito longo. Quanto à reforma ortográfica, estou meio perdido. Tenho tentado aplicá-la, mas estou cheio de ficar procurando aprender o já quase “aprendido” um dia.   

  • Penso que o texto é de muito valor, mas para aquelas almas mais letradas. Para as de pouca letra (como eu, confesso) o alcance pode ser limitado .

  • O Ganso deveria ir, sim, mas como reserva do Kaká, se necessário fosse.

  • Sempre aprendo com o senhor. Muito obrigado.

  • Futebol também é cultura (ou pelo menos serve de gancho para ela...) 190 milhões de técnicos vão reclamar porque a crônica não tem uma conclusão ligada ao futebol...

  • Esta aula  deverá ser guardada para futuras consultas.

  • Muito boas as comparações com o momento atual e o futebol, de maneira geral. Enquanto você divaga sobre a mídia futebolística, tudo bem. Mas quando você envereda pela nova ortografia ( FRASE IMPUBLICÁVEL) ... porque na minha idade  nem penso em reaprender as novas normas. Vou ficar com aquelas que a duras penas consegui dominar. 

  • Belo trato do futebol. Nota 5. O humor nos comentários sobre a re-forma de nossa língua merece mais 5. Portanto, nota 10 para teu concerto  de palavras.

  • Difícil de acompanhar, mas tem substância. (Com acento ou sem acento?)

  • Torço para o Ganso  afogar o Dunga, apesar do Dunga ter afagado o Ganso!      

 

Fecho:

Ronaldinho Gaúcho, Ganso, Neimar  e outros barrados do baile devem ter vibrado com a força do ataque brasileiro...

 

12/06/2010
emelauria@uol.com.br)

 

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