AINDA
O
PASSEIO
PELA
RUA
TREZE
1.
Nem
sempre
as
fotos
que
ilustram
meus
textos
são
de
minha
escolha.
No
caso
da
Rua
13, foi o
Trinca,
aqui
do Democrata,
quem
as desengavetou, provavelmente do
Museu
Rio-Pardense. Disse-me Waldemar Fornari,
leitor
sempre
atento,
que
já
na
terça-feira
sabia ao
menos
quem
eram duas das
pessoas
postadas
em
frente
às
Casas
Pernambucanas.
Eu
não
reconheci
nem
uma. O
fato
é
que
as
ilustrações
vieram a
calhar.
2.
Deve
ter
ficado
claro
ao
leitor
que
meu
carro
estava estacionado
defronte
à
casa
de Rodrigo Fernandes da Silva,
esquina
da Rui Barbosa.
Não
poderia,
por
isso,
ter
citado
nada
que
estivesse
acima
daquele
local.
A
finalidade
inicial
daquele
retorno
ao
passado
foi
esclarecer
o percurso à
minha
mãe.
Daí
eu
ter
omitido
tantos
nomes
importantes,
dos
quais
lembro
agora
a
Padaria
Rio-Pardense, de Luís Spessotto; a
loja
Smart,
que
creio
ter
pertencido a Guttenberg de
Oliveira;
a
alfaiataria
de Leonardo Trovatto: A
Caprichosa,
de Nicolau Jorge; a
Casa
Confiança,
da
família
Jean; a
fábrica
de
macarrão
da
família
Giordan; a
loja
da
família
Cury: o Ao Mercadinho,
de Olímpio de Sousa
Pereira.
Não
poderia
ter
faltado à
descrição
da 13 de
Maio
o
Restaurante
Zenaro,
onde
toda
pessoa
que
se considerasse evoluída
em
gastronomia
deveria
ter
comido
muitos
filés
acebolados.
A Eletro
Motor,
de Euclides Mazzer, e
A
Inovação,
de Vicente Rondinelli, deram
um
toque
de modernidade à
rua,
com
suas
construções
funcionais.
3.
Na
verdade,
a
Rua
13 de
Maio
só
acabava nas
proximidades
do
Hospital
São
Vicente.
Quando
Eduardo Vicente Nasser morreu
em
pleno
exercício
do
mandato
de
deputado
estadual, na
década
de 60, prestaram-lhe
homenagem
considerando
outra
via
pública
o
trecho
mais
largo,
que
se inicia
onde
hoje
está o
Supermercado
Fonseca. A numeração dos
prédios
permaneceu a
mesma,
atingindo o
número
1200 numa
avenida
que
nem
tem quinhentos
metros.
4.
Restam
vagas
lembranças
de
um
jardim
da
caixa
d’água,
que
ocupava
também
o
espaço
onde
se construiu o
belo
Gymnasio do
Estado
Euclydes da
Cunha
com
o
dinheiro
do
povo.
Inaugurado
em
1936,
durante
muito
tempo
sua
praça
fronteiriça
não
passava de
um
grande
pasto
cortado
diametralmente
por
uma
trilha
de
chão
batido
que
prosseguia
em
outro
pasto,
onde
a
Congregação
de
Nossa
Senhora
do
Monte
Calvário
erigiu na
década
de 50 o
sólido
prédio
em
que
hoje
funcionam a
Faculdade
de
Filosofia
e o
Colégio
Santa
Inês. A
trilha
ia
mais
longe,
só
terminando
em
frente
a uma
casa
amarela,
isolada,
com
enorme
quintal,
que
foi
residência
da
família
Ávila
Ribeiro
e
posteriormente
sede
do
Departamento
de
Estradas
de Rodagem.
Em
seu
lugar
está
hoje
o
edifício
Saint Joseph
(quem
diria!), o
mais
bonito
prédio
de
apartamentos
da
cidade
e
detentor
de
vistas
espetaculares
lá
do
último
andar.
O
casarão
do
Educandário
São
José foi
construído
para
hospital,
também
com
forte
contribuição
do
povo.
Seu
terreno
era
imenso,
abrangia
também
as
áreas
onde
hoje
estão a
Biblioteca
da
Faculdade
e
um
anexo
da
Prefeitura.
A
Companhia
Melhoramentos Rio-Pardense (cuja
importância
bem
que
merece
estudo
acurado) foi a
responsável
pela
construção
das belas
casas
de
quatro
dos
professores
do
Ginásio:
Odilon
Machado
César, Vinício
Rocha
dos
Santos,
Dr. Mário Xavier e Dr. Abdiel Cavalcânti Braga. O
local
do Fonseca
não
passava de
um
buracão
visto
muito
bem
do
belvedere
do
Jardim
do Artese (oficialmente
Jardim
Artístico)
,
que
tomava
com
suas
árvores
imponentes
,
chafariz,
Sereia
e
Altar
da
Pátria
a
ampla
quadra
onde
hoje
se situam os
prédios
da
Prefeitura,
Câmara
e
Fórum.
Repito
aqui
o
que
escrevi há
muito
tempo:
com
a
mentalidade
preservacionista
que
hoje
felizmente
prospera,
não
teria sido arrasado o
belo
jardim,
assim
como
não
se teria
posto
abaixo
o
original
prédio
do
Grupo
Escolar
Cândido
Rodrigues,
cujos
irmãos
de
projeto
e de
época
estão
em
muitas
cidades
paulistas
com
perfeitas
condições
de
uso.
5.
Na
parte
mais
alta
da 13 de
Maio
não
pode
ficar
no
esquecimento
a
Associação
de
Ensino,
sólida
construção
dos
anos
50, erguida
pela
Prefeitura
na
administração
muito
dinâmica
de Dionísio Guedes Barreto.
6.
Haverá
sempre
quem
se lembrará do SAMDU (Serviço
de
Assistência
Médica
Domiciliar
de
Urgência),
o
precursor
dos
serviços
médicos
da
Previdência
Social
e uma das muitas
batalhas
travadas
pelo
benemérito
Dr. João da Silva
Rocha;
do
empório
de Pedro Mendes; da
marmoraria
de Possebon & Frontera; da
fábrica
de
tamancos
de Francisco Stocco; da
oficina
de folheiro da
família
Megale ...
7.
Minha
família
morou na 13 de
Maio
nos
idos
de 38 e 39, no
sobrado
hoje
substituído
pelo
edifício
Trevisan,
mas
eu,
uns
dez
anos
depois,
fui escalado, sabe-se
lá
por
quem,
para
cumprir
a
ingrata
e
talvez
impossível
missão
de
dar
um
pouco
de
segurança
à
tia
Itália Bertocco e à
prima
Lucila,
quando
foi concedida uma
espécie
de
licença
experimental à
outra
prima
(Zulmira),
então
internada
em
hospital
psiquiátrico.
Eu
dormia na
casa
delas,
também
temeroso
do
que
pudesse
acontecer
a
todos
nós.
O
acesso
de
loucura
que
acabou motivando a
internação
definitiva
de Zulmira deu-se de
dia,
sem
a
minha
presença
e
sem
minha
hipotética
proteção...
8.
Tenho
certeza
de
que,
involuntariamente,
ainda
acabei omitindo
muita
coisa
importante.
Que
fazer,
porém?
18/07/2001
(emelauria@uol.com.br)
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