Renovadas esperanças

 
 

l Bem que eu gostaria que estas renovadas esperanças pudessem voltar-se para o nosso pobre Brasil, metido num atoleiro de fazer dó. Pelo que se vê e se ouve, nada há de promissor no horizonte, por  vários anos.  Atoleiro não só de extensão, mas de imprevisível profundidade. Valha-nos Deus.

 

l Felizmente, ventos de renovadas esperanças sopram a favor da FEUC, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São José do Rio Pardo, que agora comemorou o cinquentenário de funcionamento.

 

Convidado pelos atuais diretores da escola, Alessandra Azarias e Roque Lúcio,  participei com prazer e até emoção da sessão comemorativa, ocorrida  na sexta-feira da semana passada.

 

Sou, ao que parece, o único  sobrevivente de  uma Comissão nomeada pelo então prefeito Lupércio Torres (1965) para a criação de nossa primeira escola superior, pretensão que nasceu e prosperou no antigo Instituto de Educação Euclides da Cunha, com o estímulo e o empenho de um lutador que não pode ser esquecido, o Dr. João da Silva Rocha. Toda a população  rio-pardense se entusiasmou com a ideia, que enfrentou muito trabalho para ser concretizada.

 

Foi uma bela festa de reencontros e felizes rememorações a da noite de 6 de maio. Lá estavam  muitos ex-diretores e ex-professores, cada um trazendo gratas reminiscências e, talvez,  analisando em silêncio e resignação as visíveis marcas que o tempo implacável  esculpiu em muitos de nós, que nos vemos raramente. Tivemos até nossas fotos inauguradas numa interessante galeria, em que, mais uma vez, ficou comprovado como as mulheres  sabem envelhecer  bem mais devagar do que os homens.

 

Tive a oportunidade de falar na cerimônia e   relatar boas e más coisas que vivi na FFCL durante meu longo magistério e dois mandatos de diretor.  Nem pude rememorar com toda a justiça alguns nomes de pessoas que se dedicaram à nossa Faculdade. Agora corrijo em parte essas omissões, trazendo à lembrança as figuras de Maria Helena Bertocco Landini (como professora e integrante da direção), de  José Maria Megale, dedicadíssimo funcionário que jamais  se conformou com a aposentadoria compulsória aos setenta anos e continuou na sua rotina de trabalho até morrer. Em Antônio de Paiva, exigentíssimo tesoureiro, minha recordação de tantos que, ano após ano, deram o melhor de si à escola que muito amaram.

 

Em minha fala,  pude tocar de leve naquilo que foi nossa mais frustrante derrota – o  fracasso da tentativa  de ver a Faculdade incorporada à UNESP – Universidade Estadual  Paulista, quando tudo parecia estar a nosso favor. Faltou a São José do Rio Pardo a necessária força política para a concretização daquela conquista.

 

Gostei muito de sentir o estado de ânimo da direção e professores e a fundada esperança de que a FEUC dentro em breve poderá contar  com novos cursos, diferentes das licenciaturas tradicionais, que lhe garantirão nova clientela  e novas possibilidades de expansão.

 

Vida longa e pleno êxito!

 

Meus agradecimentos à Alessandra e a todas as pessoas que me proporcionaram um feliz reencontro e me deram tantas provas da melhor consideração.

 

*

 

l E o Santos, hem? Mais uma vez comprovado que a fortuna ajuda os audazes. De que valeram sessenta e sete minutos de posse de bola pelo belíssimo time do Audax, se um calejado  atacante santista , num golpe de audácia, passa a bola no vão das pernas de um zagueiro e mete-a  na rede adversária? Santos, campeão paulista vinte e duas vezes. Como o Palmeiras.  O Corinthians já foi vinte e sete, mas daqui  pra frente...

 

l Piadinha da hora: O próximo feito do deputado Maranhão será anular aquele jogo dos sete a um, contra a Alemanha...

 

l Dormir apenas seis horas por noite é pior para o organismo do que ficar quarenta e oito horas acordado, dizem. Raramente durmo essas seis horas e ainda  acordo umas tantas vezes. Tiro uma pestana  enquanto almejo assistir ao jornal Hoje. Numa dessas indesejadas insônias, no domingo bem tarde, sintonizo o canal 357 e quem está lá, de pele esticada e cabelos irrepreensivelmente pintados? O octogenário Senor Abravanel, mais conhecido como Sílvio Santos. Fico até vexado com as perguntas francamente imorais  que ele dirige a seu júri, constituído por dois homens de baixo QI e quatro  jovens, todas muito bonitas. Não sei como ele teve coragem de ouvir a resposta de uma delas, nada menos do que sua própria filha. Um espanto, como dizia  Jô Soares.

 

l De fazer dó a foto da linda moça que caiu na besteira de brigar  por telefone com o namorado,  em plena sessão de bronzeamento da pele. Lágrimas copiosas  escorreram-lhe pelo rosto e lhe fizeram um estrago danado. É que o bronzeamento exigiria que a paciente ficasse longe da água por diversas horas. Aqueles sulcos vão demorar em desaparecer, e ainda não há recursos para essas emergências.

Ela ficou feia, feiíssima.

 

14/05/2016
emelauria@uol.com.br

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