Uma esquecida guerra

 

 

 

Não sei bem por quê, hoje amanheci pensando em Pistoia. Sim, em Pistoia, cidade  italiana  que durante anos abrigou, em cemitério próprio, 465 soldados brasileiros mortos na 2.ª guerra mundial, que durou de 1939 a 1945, mas para o Brasil de 1943 a 45.

Em 1939 eu tinha 7 anos e desde então acompanhei interessado o grave conflito através do noticiário radiofônico e da leitura do Diário de S. Paulo, que meu pai assinava.

Em 1960, os restos daqueles soldados foram trasladados para o Rio de Janeiro, onde estão solenemente sepultados no  monumento próprio do Aterro do Flamengo.

Em Pistoia, permaneceram uma bandeira do Brasil,  uma pira eterna e uma elegante peça  de concreto que serve de abrigo a um soldado desconhecido, encontrado num campo nevado, depois do traslado  de todos os demais.

A participação do Brasil na guerra levou para a Itália uns 25 mil soldados, em três escalões comandados pelo general (e depois marechal) Mascarenhas de Morais e incorporados ao 8.° Exército Americano, comandado pelo general Mark Clark, um espigado sujeito de  dois metros de altura. Mascarenhas de Morais, mal lhe batia no ombro...

Foi brilhante a participação dos soldados da Força Expedicionária Brasileira em muitas e decisivas batalhas, conforme o unânime testemunho de italianos, americanos, ingleses.

Daqui de São José integraram a FEB uns poucos rapazes, dos quais conheci três:  Aurélio Santurbano, de família residente na Rua do Paraíso (Buracão);  João Casagrande, que chegou a dono de “Nosso Bar” e que morreu muito moço com graves distúrbios psicológicos;  e  Wilson Gonçalves de Faria, certamente a título compensatório depois nomeado inspetor de alunos no “Euclides da Cunha”. Com ele tive maior contato, por diversos anos. Acabei mesmo por ir a seu enterro, ocorrido muito tempo depois em cidade cujo nome não me lembro. Fui lá como representante da própria escola.

Ainda hoje o cemitério de Pistoia  tem administrador brasileiro, filho de um expedicionário que se casou com uma italiana e se radicou definitivamente  por lá.

O terreno do antigo cemitério foi cedido pelo governo italiano ao brasileiro, em regime de comodato. O Brasil quer transformar o comodato em doação, mas as negociações azedaram depois que, por trapalhada que teve início com Lula ainda presidente da República, que não deixou o tal Cesare Battisti  ser deportado para a Itália, apesar de ser italiano e  pela justiça de lá condenado por pesados delitos.

No cemitério de Pistoia  existe um muro que abriga os nomes de todos os soldados mortos e anualmente, no Dia de Finados, realiza-se ali uma cerimônia evocativa, quase sempre com a presença do embaixador do Brasil.

Pronto, já não preciso pensar mais na cidadezinha italiana que jamais conhecerei.

 

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MUDANÇA DE NOME:

E o Corinthians, hem?  Depois da derrota para a Ponte Preta, será muito natural perder para o Palestra. Natural, mas muito triste. Não se sabe de nenhum outro caso no futebol brasileiro de time que, depois de ficar 14 pontos na frente do adversário mais próximo, acabe entregando o título de campeão. De minha parte, se isso chegar a acontecer, prometo avacalhar  o nome do clube do meu coração. Deixarei de escrever Corinthians e adotarei a corruptela depreciativa Curíntia.

 

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NOTÍCIA SENSACIONALISTA:

Internado em hospital depois de um desconforto urinário, Temer recebe alta  e respira com a ajuda de 251 deputados e 12 bilhões de reais de emendas.

 

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IN VINO VERITAS:

As violentas alternativas de clima fazem de 2016/2017 uma terrível fase para a vitivinicultura mundial.  Uma onda de calor extremo no verão italiano castigou desde a Toscana (norte) até o  sul. Perda de mais de 20% na produção de vinhos.  Tardias geadas de primavera na França provocaram outros 20%  na perda da safra de 2017. A Espanha teve calor excessivo no verão e frio na primavera. Na Califórnia, incêndios devastaram milhares de hectares de vinhedos. Também tiveram incêndios Portugal e Austrália.

Pelo jeito, só se vai beber Chapinha, Sangue de boi e assemelhados.

 

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NÃO CONFUNDA AS COISAS:

“Nós, mulheres, gostamos de parecer sensuais, mas isso não significa que queremos fazer sexo com você”.

(CATE BLANCHET, belíssima atriz nascida na Austrália , comentando as denúncias contra um sujeito acusado de assédio sexual em Hollywood.)

 

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PRECINHO CAMARADA:

Num exibicionismo explícito difícil de ser superado, a noiva católica que se casou com noivo israelita em altar montado aos pés  do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, usava um vestido criado especialmente para ela e avaliado em 100 mil dólares, ou seja, mais de 300 mil reais.

 

04/11/2017
emelauria@uol.com.br

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