Cultura & variedades 
Sábado, 16 de janeiro de 1999.

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Coluna Semanal
- Rodolpho José Del Guerra -

  A Internet traz turistas a São José

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Quinta-feira, dia 7 de janeiro. O telefone tocou às 13 horas, logo depois do meu almoço. Era do Hotel Brasil.

Hilmar, de Itabuna, Bahia, se identificou. Disse-me que São José do Rio Pardo estava no roteiro turístico de suas férias, e a visitava pela primeira vez. Acompanhava-o Leila Maria, de São Paulo.

Passeando pela Internet, topou com Euclides da Cunha e São José do Rio Pardo. Leu meu livrete Conhecendo Euclides e inteirou-se, também, da nossa história.

Falou-me da Internet, de "home page’s", de "sites", de ... . Eu o interrompi, confessando-lhe que aquele vocabulário internauta era grego para mim e que, ainda, não me filiara à Internet, sendo, portanto, jejuno no assunto. Informei-lhe que tal divulgação deve-se ao comerciante Lique e ao dentista Héber Luís, este último responsável pela inclusão dos meus dois livretes na rede, que se abre ao mundo.

Naquele momento, senti-me na idade da pedra, desatualizado, à margem dos avanços da comunicação. Embora usando o computador, recrimino-me a nunca ter dado ouvidos ao meu sobrinho Rafael, de 15 anos, que, insistentemente, tenta convencer-me a "internautar-me"...

Marquei um encontro com os dois intelectuais turistas em minha casa, às 14 horas. Telefonei ao Heber Luís, mestre nos avanços da Internet, convidando-o a participar da reunião.

Cinco minutos depois da hora estabelecida, estávamos os quatro, à vontade, em minha casa, como velhos amigos. Muito simpáticos, cultos e simples os dois visitantes: Hilmar Ílton Santana Ferreira e Leila Maria Vasconcellos de Almeida. Ele, agrônomo, esperantista, é professor do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Santa Cruz, em Itabuna (BA). Tem trabalhos de sua disciplina universitária e literário, sobre Canudos (misto de realidade e ficção), na Internet, no seguinte endereço eletrônico: (http://www.uescba.com.br/hilmar). Sem o "hilmar", o endereço é da Universidade. Leila Maria é advogada e professora de Letras, formada pela São Francisco e pela USP. Dedica-se, com amor e responsabilidade, preocupada com problemas sociais, ao magistério. (leilamar@uol.com.br).

Chegaram na véspera, sob incessante chuva. Numa rara estiagem, desceram à beira do rio, visitando nossos monumentos euclidianos, a área de lazer e a ilha.

Encantaram-se.

Na manhã, antes do nosso encontro, visitaram a Casa Euclidiana, o Centro Cultural Ítalo-Brasileiro, a Praça XV, a Matriz...

Conversamos muito sobre as possibilidades turísticas da cidade, sobre Euclides e outras histórias de São José. Os internautas Leila, Hilmar e Heber entenderam-se num linguajar a mim ininteligível.

Hilmar, euclidiano, ouvira falar de nossa cidade nos encontros baianos comemorativos dos 100 anos de Canudos, mas foi a Internet que o motivou a nos visitar.

Leila, paulistana, ouvira falar de São José do Rio Pardo ao estudar Euclides, mas sua grande atração foi nosso movimento republicano antecipado, o que a levou a optar pelo histórico Hotel Brasil como pousada.

O tempo passou célere. Já eram quatro horas quando nos despedimos. Heber os acompanhou, levando-os ao Cristo e deixando-os no Museu Rio-Pardense.

Os dois turistas, esquecendo-se de compromissos, horários e preocupações, optando pelo ônibus e rejeitando até seus próprios carros, seguiriam para Poços de Caldas e, de lá, fariam passeios de um roteiro ecológico mineiro...

Obrigado pela visita, amigos. Vocês nos mostraram que, através de mais um canal de divulgação: a Internet, nossa cidade tem amplas possibilidades turísticas.

Boas férias!

 

11/ 1/ 1999.