Cultura & variedades
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Coluna Semanal Meus livretes na InternetMeu computador está preparado para ser ligado à Internet. Nunca me interessei em concretizar essa ligação, talvez pela falta de tempo: tempo que parece não me sobrar... De quando em quando eu me recrimino por não elaborar um horário de atividades para doze horas a cada dia. E me recrimino: aposentado que sou, podendo usufruir das maravilhas tecnológicas e me ligar pela Internet ao mundo do qual me afastei, fico preso ao passado nas minhas pesquisas, que consomem horas e horas dos meus dias e noites, e me fazem retroceder em viagens belíssimas e prazerosas ao século passado e ao início deste século. Afastado do mundo não seria bem o termo, porque leio jornais, revistas e vejo noticiários na tevê... De vez em quando, alguém me fala da satisfação e emoção de ser um internauta: ver maravilhas, realizar pesquisas, se comunicar com pessoas de todo o mundo, estar atualizado... Ouço, mas não me abalo, nem me entusiasmo em me lançar na nova onda. Há algum tempo, o Tadeu Tavela me contou ter recebido uma carta do Davi Machado Ribeiro, que mora nos Estados Unidos, na qual ele relatava estar ligado a São José através da Internet, e que lera uma crônica minha. Fiquei surpreso, admiradíssimo, mas indiferente ao novo meio de comunicação. Eu sei que o Marco Antônio Cassucci e o Luís Eduardo Farfoglia Morgan, diagramadores da Gazeta, semanalmente, fornecem notícias e fotos deste jornal ao Heber Luís Nogueira Fontão, que possui uma página na Internet, com assuntos rio-pardenses, que se abre aos interessados de todo o mundo. Heber, que acessa a Internet há quatro anos, há dois criou a página citada, fazendo um trabalho de divulgação histórico-social da nossa cidade: um trabalho meritório, digno de todos os elogios. Esse seu hobby evoluiu, estando aberto a todas as pessoas que queiram divulgar coisas sérias de seus interesses. O dentista internauta, há tempos, pediu-me autorização para colocar meus escritos na Internet, tendo minha permissão. Os meses passaram e me esqueci do pedido e da permissão. Há alguns dias, comentando com Heber a carta do Davi, ele me disse, para espanto meu, que meus dois livretes - "São José do Rio Pardo: história que muitos fizeram" e "Conhecendo Euclides da Cunha" - já estavam, há algum tempo, na Internet. No computador de Gazeta, aplaquei minha curiosidade: Luís Eduardo, tentando se ligar à Internet, explicava-me todo aquele processo. Digitou o endereço: www.rantac.com.br/users/hfontao, com minúsculas e apareceu uma página colorida, com itens (links) sobre São José do Rio Pardo. Quando acionados, apareciam fotos, legendas e textos... Nos links "História" e "Euclides", meus livretes estavam lá, completos, ilustrados... Sem falsa modéstia, segredo-lhes que fiquei orgulhoso e feliz da vida, vendo o resultado do meu prazeroso e cansativo trabalho à disposição de estudiosos e curiosos sobre o assunto. Sei que, além do Heber Luís, muitos outros rio-pardenses estão na Internet. Encontrarei um tempo para vê-los. Deixo para o próximo ano a ligação da Internet no meu computador.
(7/ 12/ 1998)
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