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São José on-line Pai e filho montam home page na Internet e mostram São José do Rio Pardo para o mundo !
Qual é a maior descoberta da história da humanidade? Compreenda-se que nesta pergunta encontra-se registrada a presença, também, de invenções, o que estende a resposta a qualquer instrumento que tenha contribuído para a evolução do homem. De pronto, alguns me responderiam que foi o fogo. Outros, um pouco mais afeitos aos livros de história e obedecendo circunstâncias cronológicas, diriam-me que o progresso começou a surgir tão somente quando o homem, ainda no seu estágio mais primitivo, deixou de lado o nomadismo em que vivia e fixou-se à terra, cultivando o solo e criando a agricultura. É claro que temos, ainda, a invenção da escrita e da roda. A primeira conduziu o homem aos primeiros passos para um avanço tecnológico propriamente dito. A segunda conduz ao homem a qualquer lugar. A não ser que alguém consiga andar com um carro que tenha rodas quadradas. Brincadeiras à parte, as respostas vão longe e são múltiplas. Há quem diga que a maior invenção do homem é Deus, sem o qual religiões não existiriam e centenas de milhares de almas estariam perdidas, sem a esperança de salvação e vida eterna. Um brasileiro diria que foi o futebol, samba e a mulher. Se pensarmos em tudo que fez o homem progredir nesta sua odisséia pela Terra, ainda teríamos o que resultou das revoluções industriais por nós vividas. E agora chegamos aonde eu queria. O computador tem-se mostrado o marco decisivo entre o homem primitivo e o moderno. Deeple Blue, o computador gigante que venceu o gênio Kasparov no tabuleiro de xadrez, é exemplo de que a máquina quer ser o modelo perfeito e acabado do ser humano. Em última análise, o homem perdeu para ele mesmo. A revolução provocada pela informática ainda não serviu para minimizar as fronteiras que separam os homens. Principalmente as das desigualdades sociais. Exceto, é claro, quando a partir do computador o homem também resolve criar. E une um antigo hábito outra das descobertas que mais provocou mudanças na estrutura social da humanidade: o diálogo. A comunicação é vício do homem. A mesma palavra que separa os povos também os aproxima. E quando se une um computador a comunicação une-se, mesmo que implicitamente, o que o ser humano tem de mais primitivo a palavra, sem a qual nenhum desenvolvimento seria possível e as inovações tecnológicas que têm nos demonstrado que o futuro é amanhã. Mais ainda, está ali na esquina. E Deus criou a Internet! Que me perdõem os que acham que cometi blasfêmia, mas a situação é bem essa mesmo! Tudo o que une os povos deve vir de Deus. E o que os une através do diálogo, ainda mais! Tanto quanto descobertas e invenções, o próprio homem tem a capacidade de, às vezes, provocar o desenvolvimento da humanidade. A história está repleta de personalidades para as quais se prestam reverências pelas suas características morais que propiciaram desenvolvimento aos seus. Homens que fazem os homens viverem bem. A Internet chegou a São José. E chegou por um homem. O diálogo, agora, se expandirá além-fronteiras. A rede mundial de comunicação nos foi apresentada pela Home Page (expressão americana que significa algo do tipo página pessoal) de uma criança.
João Guilherme Victorio Fontão, 10, é o mais novo agente de turismo da cidade. Divulga São José através da sua página na Internet, desenvolvida pelo pai, Heber Luís Nogueira Fontão, que sugeriu ao filho que na sua página fossem colocadas informações sobre nossa cidade.
E o que seria um meio de distração pessoal acabou virando coisa séria. Em uma página, fotos da cidade que dão inveja a muitos folhetos de divulgação turística do município. O Cristo Redentor com a vantagem de que, para visitá-lo na Internet, não é necessário passar pelos buracos da estrada que a ele conduzem , a Igreja Matriz da Paróquia São José, a Ponte Metálica que amanhã (17 de maio) completa 96 anos, o Recanto Euclidiano, onde estão depositados os restos mortais do escritor Euclides da Cunha, imagens da inscrição numa placa alusiva a carta de Euclides ao amigo rio-pardense Francisco Escobar, a Ponte Pênsil que leva até a Ilha São Pedro, a Figueira Histórica, que acompanhou toda a história do município, segundo a placa na praça XV. A página individual ainda tem espaço para eventos que ocorrem na cidade. Em outro espaço, os acontecimentos mais importantes da cidade nos últimos dias. A ordenação de Dom Orani, claro, tem destaque, junto com a bênção abacial de Dom Edmilson. No item Um pouco da história de São José do Rio Pardo, que surgiu após um simples trabalho realizado pelo garoto para o colégio, mais informações. Nem o patrono da cidade, São José, foi esquecido. Futuramente, talvez já a partir da próxima semana, DEMOCRATA estará fazendo parte do novo espaço cultural e informativo da cidade. Demonstrativos dos dois jornais locais deverão ser veiculados pela página, via Internet para o mundo. Dados sobre Euclides da Cunha e outros aspectos históricos da cidade serão periodicamente atualizados, sendo incluídos na tela do computador. A idéia servirá para diminuir a saudade dos rio-pardenses que vivem fora. E já funcionou. Nesta semana, ao menos um rio-pardense estrangeiro já acessou a página de João Guilherme. Dos Estados Unidos para Rio Pardo, sem sair do lugar. Em poucos dias de funcionamento, e-mails (correios eletrônicos, no jargão da informática), foram enviados e dezenas já visitaram São José. Desde que bem utilizada, a idéia poderá, e muito, contribuir para o desenvolvimento turístico da cidade. Num tempo em que a moda é trazer gente de fora para conhecer nossas belezas natuais, mesmo que o público que disponha da Internet ainda seja relativamente pequeno, é sempre um começo. E não há progresso sem um início. A Home Page de João Guilherme não é considerada, digamos, oficial como meio de divulgação de São José. Mas é uma boa idéia e uma ótima iniciativa. Eu não diria que a Internet, ou o computador, seriam as maiores invenções da humanidade. Não são. Mas servem para mostrar que o homem, quando quer, consegue, num mundo atribulado que perdeu o sentido e o gosto pela boa conversa, inventar uma boa forma de comunicar-se com o próximo. Mesmo que seja através da máquina. Paulo Herculano (jornalista e professor)
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